Durante a semana do Brasília Sax Fest encontrei muitos amigos que não via há algum tempo como Elias Coutinho, Weber Marely, e outros que encontro com mais frequencia pelos Festivais como Idriss Boudrioua, Marcelo Coelho, Leo Gandelman e Spok. Mas conheci um novo amigo, mais um Francês, e quem me apresentou ele foi o Idriss, me dizendo que eu precisava vê-lo tocar, que ele era excepcional, vindo do Idriss já fiquei com aquela vontade de realmente ouvi-lo, por desinformação minha eu não conhecia o grande Baptiste Herbin.
Mas como em música não existe tempo, quando o conheci foi como se já nos conhecessemos há muito tempo, ele me mostrou alguns vídeos dele e eu mostrei algumas coisas minhas também. Convidei o Idriss e Ele para almoçar na minha mãe e comemos um belo Strognoff que só minha mãe faz, passamos a tarde contando histórias, vendo vídeos e rindo muito. E nada de tocar.
Participamos da banca examinadora do Concurso Victor Assis Brasil e depois de quase uma semana juntos já comendo Açai e abrasileirando o Francês, resolvemos levá-lo há uma bela carne de sol, com mais amigos, a comunidade do lanche e comida só crescia, mas a hora de tocar havia chegado. Comentamos da vontade de praticar, e o Baptiste disse que podia ser ali mesmo no restaurante, eu não exitei, mas pensamos melhor e resolvemos ir a uma local aberto. Porém eu não havia trazido meu sax, e ainda com a mão em recuperação, realmente não sabia se sairia algo de bom, pois minhas articulações ainda estão em recuperação e alguns movimentos são bem estranhos e difíceis.
Resolvemos ir ao Parque da Cidade, achamos um local com menos sol, porque com sombra estava impossível no calor de 35 graus. Começamos a tocar alguns temas como Cherokee, Donna Lee, Countdown, Giant Steps e Blues, coisas do dia a dia de quem pratica sempre.
Ah, antes que eu me esqueça, no dia que o Baptiste foi na casa da minha mãe ele nos disse que estuda todos os dias pelas manhãs obrigatoriamente por 4 horas, e quando livre, chega a estudar o dia todo.
Então depois de alguns temas com changes e várias passagens de II-V-I, perguntei ao Baptiste como ele pensava em harmonias modais ou harmonias mais livres, e ele respondeu que encaixa harmonias em acordes mais livres e vai rearmonizando nos espaços abertos. Ainda vou colocar mais vídeos desse dia, mas deixo aqui no site o registro desses momentos que foram tão marcantes. Estavam conosco minha mulher Kirla Pignaton, Rebeka Lago esposa do Elias Coutinho, e nossos amigos Weber Marely que me emprestou seu sax e boquilha e Mario Alonso, vulgo Peru.
Juntamente com meu amigo Elias Coutinho presenciamos um Festival de beleza, sensibilidade, humanidade e musicalidade acima de tudo vindo do Baptiste Herbin, com uma técnica impressionante, articulações tão precisas que fazem a gente pensar que ele está no tempo mais rápido quando toca. Um preparo mental, tempo e clareza em tudo que toca, que na verdade nos brindou com uma oportunidade impar de ouvi-lo de perto e poder pescar um pouco de toda sua arte em tocar o saxofone.
O resultado desse vídeo postado no facebook chegou em 6 dias a 110 mil vizualizações e quase 1900 compartilhamentos, algo que não é tão comum e rápido no mundo da Improvisação e quanto mais no meu humilde perfil.
Não poderia deixar de registrar aqui no meu site esse simples mais impactante encontro de culturas, ideias e saxofones ocorrido naquela tarde no Parque, e claro, depois fomos tomar Água de Côco pra refrescar a kuka. Finalizo com a frase que o Baptiste sempre diz em Português: "Confusão Geral".